Homens armados invadiram um assentamento na comunidade ‘Gado Bravinho’, situada na zona rural do município de Balsas, localizado a 810 km de São Luís, na noite última segunda-feira. A residência do presidente de uma associação local de produtores, identificado como Raimundo de Assis Pereira, foi incendiada.
De acordo com a denúncia feita à Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) quatro suspeitos, fortemente armados e encapuzados, estariam à procura de Raimundo de Assis. A vítima relata que sua casa foi incendiada e sua esposa teria sido alvo de agressões.
“Bateram muito nela. Jogaram gasolina em nossa casa […] queimaram o arroz de nós comer […] queimaram tudo: nossas roupas, cama lençol e rede […] muito tiro, muita cápsula de bala”, disse o presidente da associação.
Um boletim de ocorrência feito à PM-MA, em março, pela vítima, relatava demonstrações de intimidação por parte de grupos armados e ameaças de morte. O Grupo de Operações Especiais (GOE) se deslocou até a comunidade para fornecer segurança aos moradores da área.
O advogado Diogo Cabral, que atua junto à Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), explicou que a situação vivenciada no povoado ‘Gado Bravinho’ tem colocado em risco a vida de diversos trabalhadores rurais, além de contribuir para a permanência de conflitos de terra no estado. Segundo um levantamento de dados realizado pela Fetaema, no primeiro trimestre de 2022, cerca de 92 conflitos de terra foram registrados no Maranhão.
“Nós temos pelo menos um conjunto de pessoas ameaçadas de morte por conta deste conflito. É importante e fundamental que a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) apure as circunstâncias do fato e identifique os autores e eventuais […] são numerosos os conflitos no estado do Maranhão […]’, finalizou.