Foram reinaugurados 18 bustos de personalidades da literatura maranhense, na Praça do Pantheon, no Centro Histórico, em São Luís. As restaurações, entregues pela Prefeitura de São Luís, por meio do Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur) e Fundação Municipal do Patrimônio (Fumph), celebram figuras importantes na vida cultural do estado.
As esculturas, na Praça do Pantheon, simbolizam parte da identidade estética do local, reformado há quatro anos. Integrada à Praça Deodoro, que também recebeu intervenções em sua estrutura, em 2018, as praças constituem o Complexo Deodoro.
No fim do ano passado, os bustos foram retirados e encaminhados à restauração. No processo, técnicas como a lavagem e o uso de metais – para garantir a longevidade e resistência às peças –, foram utilizadas.
Além da manutenção em esculturas tradicionais, no Pantheon, sete novos monumentos foram inaugurados. Confeccionados pelo escultor maranhense Eduardo Sereno, as obras, em homenagem a Sousândrade, Aluísio Azevedo e Ferreira Gullar, somam-se aos bustos, já expostos, de Arthur Azevedo, Bandeira Tribuzzi e Maria Firmina dos Reis.
O colunista, poeta e imortal da Academia Maranhense de Letras (AML), José Ewerton Neto, explicou que os monumentos, na Praça do Pantheon, ajudam a solidificar a presença dos escritores no imaginário popular, reverenciando, também, suas contribuições à constituição da cultura literária maranhense. “Eles [escritores] são reverenciados através da leitura, mas o fato de se manter as estátuas e os bustos fazem solidificar essa presença”, disse.
O juiz Agenor Gomes, autor da biografia “Maria Firmina dos Reis e o cotidiano da escravidão no Brasil”, lançada neste ano, explica que o busto da escritora – inaugurado desde os anos 1970 e, até hoje, o único em homenagem a uma mulher, na praça –, torna oportuna a busca de pessoas por sua trajetória singular, caracterizada pelo pioneirismo racial e de gênero.
“É uma professora negra. Essa professora conseguiu ser a primeira concursada, negra, do Maranhão. E é a nossa primeira romancista brasileira, então [Maria Firmina dos Reis] é uma são-luizense. Ela viveu em Guimarães [durante] 70 anos, e está sepultada lá, mas é uma referência pelo seu protagonismo como mulher, como negra e como uma mulher dedicada às letras e as lutas pela abolição”, concluiu.