O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pode deixar o cargo em uma eventual reforma ministerial, após as eleições da Câmara e Senado, disse o vice-presidente Hamilton Mourão. Segundo Mourão, as mudanças no primeiro escalão podem ocorrer para reacomodar as forças políticas após a escolha das Mesas Diretoras das duas Casas legislativas.
“Acho que poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada a nova composição política que emergir desse processo. Talvez alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores”, disse o vice à emissora.
Mourão também comentou sobre eventual processo de impeachment contra Bolsonaro, em um momento em que há mais de 60 pedidos neste sentido já protocolados na Câmara dos Deputados, e fez a avaliação que o movimento pela destituição do presidente perderá força conforme a vacinação contra a covid-19 ganhar tração.
“A minha visão é que no presente momento não estão dadas as condições para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Há muito ruído, muita gritaria, fruto do desconhecimento sobre a questão das vacinas. A partir do momento que o processo de vacinação avançar, essa gritaria vai diminuir”, avaliou o vice-presidente.
Mourão se declarou ainda favorável à recriação do auxílio emergencial para ajudar os mais vulneráveis durante a pandemia, mas ponderou que é necessário cortar outras despesas para abrir espaço para o pagamento do benefício. O vice afirmou que o Brasil vive uma “crise fiscal séria” e alertou que a dívida pública não pode se tornar “ainda mais impagável”.