O Grupo Bandeirantes lançou uma campanha de conscientização para a doação de órgãos e tecidos nessa segunda-feira (21) durante a estreia do Melhor da Noite. A atração comandada pelos jornalistas Glenda Kozlowski e Zeca Camargo homenageou o apresentador Fausto Silva, que desde o último domingo está na lista de espera para um transplante de coração após diagnóstico de insuficiência cardíaca aguda. Assista aqui ao programa na íntegra!
Para falar sobre a importância do gesto que pode salvar inúmeras vidas, a atração recebeu Nísia Trindade, ministra da Saúde. “Na legislação brasileira, essa decisão cabe à família mesmo que haja um documento de quem deseja doar. Um dado que chama a atenção é que a maior fila de transplantes é a de rins, um órgão que pode ser doado em vida. São mais de 35 mil pessoas na lista de espera. Essa campanha que a Band está iniciando é muito importante e conta com todo o apoio do Ministério da Saúde. Nossa intenção é sensibilizar a sociedade para esse tema”, ressaltou.
Na plateia estavam pessoas que receberam ou doaram órgãos para salvar vidas, como a tradutora Márcia Ferreira Maluf, primeira mulher a receber transplante de coração no Brasil em 1996. “A espera é uma fase muito difícil e não tinha campanha naquela época. Mas uma coisa que eu posso falar para o Fausto: ‘quando você ama a vida, você faz tudo acontecer’. E eu consegui meu coração em 12 dias”, relembrou. A atriz e cantora Cleo, o piloto Felipe Massa, a atriz Totia Meireles e o cantor Xande de Pilares fizeram questão de gravar depoimentos falando sobre a importância da iniciativa.
A campanha “Doe órgãos, doe Vida” vai mobilizar todos os veículos do Grupo Bandeirantes de Comunicação. As 46 afiliadas da TV aberta e as 160 emissoras que formam a maior rede de rádio do Brasil, assim como os canais por assinatura, irão realizar reportagens especiais ouvindo especialistas e personagens que passaram por cirurgias deste tipo, além de mostrar exemplos de países onde o programa de transplantes é um sucesso.
“A Band tradicionalmente abraça causas importantes, como foi a questão da fome, do agasalho e da arrecadação de donativos em grandes tragédias no Brasil. Apoiar a doação de órgãos, que é levar esperança, vida, para milhares de pessoas que estão aguardando em uma fila no SUS, assim como o Fausto, é uma missão nossa e vamos trabalhar para poder conscientizar as pessoas cada vez mais”, avalia Rodolfo Schneider, diretor de Conteúdo do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 65 mil pacientes estão na fila de espera; 386 deles necessitando de um novo coração de acordo com a última atualização no site do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) feita na última quarta-feira (16). Cada vez que uma família autoriza o procedimento, faz com que uma ou várias vidas continuem. Para ser um doador é preciso da autorização da família, por isso a importância do diálogo. Ainda assim, a doação só é possível a partir da morte cerebral de outra pessoa e dependerá ainda de fatores como peso, altura e tipo sanguíneo.
Em parcerias com instituições como Gerando Falcões, Central Única das Favelas e Amigos do Bem, o Grupo Bandeirantes tem um histórico de campanhas bem-sucedidas contra a fome e para arrecadar doações para estados devastados pelas fortes chuvas.
Melhor da Noite
O Melhor da Noite vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 20h30, logo após o Jornal da Band. Saiba mais sobre a atração no site oficial.
Como funciona a fila de transplantes do SUS?
O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos de todo mundo e é o segundo país maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que garante que 90% das cirurgias sejam feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal gerenciamento integra as 27 centrais estaduais do país.
Segundo o Ministério da Saúde, hoje, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado. As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:
- Paciente primeiro é incluído na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
- Acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo e de São Paulo, caso o paciente seja do estado;
- Passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável;
Não é possível estimar o tempo em que o processo de transplante ocorra, justamente pelos fatores de prioridade e compatibilização de órgão e paciente.
Fila pode diminuir com conscientização
O tempo de espera por um órgão pode diminuir de acordo com o aumento de doações de órgãos. O Ministério da Saúde afirma que é importante identificar e notificar óbitos, principalmente de morte cerebral, em que muitos órgãos ainda são funcionais.
Profissionais de saúde são preparados para conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação, no caso da morte de entes queridos.
Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, váluvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Caso queira ser doador de órgãos, o primeiro a se fazer é avisar a família da vontade, já que a doação é realizada após autorização familiar.
Não é preciso registrar a intenção de doar órgãos em cartórios ou informar em documentos o desejo de doar. Só é inviabilizado o transplante caso o paciente tenha doenças crônicas como diabetes, infecções ou tenha usado drogas injetáveis, por isso, os médicos realizam uma entrevista familiar para a equipe médica avaliar riscos para garantir a segurança de receptores.