Morreu neste domingo (8), aos 66 anos, o escritor e jornalista Antônio Carlos Gomes Lima, que também era membro da Academia Maranhense de Letras (AML).
Conhecido como ‘pipoca’ na imprensa, Antônio Carlos morreu em Brasília, após uma luta contra um câncer no estômago. O corpo deve ser transportado São Luís, onde o velório deve acontecer na sede da AML.
Vida e obra
Nascido em São Raimundo das Mangabeiras, Antônio viveu parte da infância em Floriano (PI) e a adolescência em Barra do Corda, onde estudou no Colégio Nossa Senhora de Fátima. Por lá, com um grupo de colegas do ginásio, fundou e editou, durante dois anos, o jornal mimeografado O Pássaro.
Em São Luís, concluiu a graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão (1982) e passou a atuar como jornalista.
Durante a carreira na imprensa, foi redator do jornal alternativo A Ilha, repórter e coordenador de jornalismo do O Estado do Maranhão, Jornal de Hoje, Rádio e TV Difusora, além de correspondente de veículos de outros estados.
Pela publicação da reportagem ‘Cuba, Dez Dias na ilha que Abalou as Américas’, publicada no O Estado do Maranhão, em agosto de 1988, resultado de viagem àquele país, foi agraciado com o Prêmio Fenaj de Jornalismo, conferido pela Federação Nacional de Jornalismo.
Antônio Carlos também atuou como secretário de Estado de Comunicação Social do Maranhão nos governos de Roseana Sarney e Edison Lobão. Entre 2004 e 2005 dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros (CEB), organismo da Embaixada do Brasil em Santiago do Chile.
No campo editorial, promoveu edição especial de Los Estatutos del hombre, de Thiago de Mello, com tradução de Pablo Neruda, no marco das homenagens do CEB ao poeta amazonense, seu primeiro diretor, no início dos anos 60. Organizou, escreveu o prólogo e promoveu, junto à Universidade de Santiago do Chile (Usach), a edição de Sousândrade; um canto brasileiro de amor a Chile.
Tem ainda trabalhos publicados nos livros Cadernos de Jornalismo (1988), Maranhão Reportagem (2003), e publicou os livros Além da Ilha, seleta de artigos, reportagens e entrevistas (2004) e São Luís, azulejos e poesia, destinado ao público infanto-juvenil (2007).
Foi agraciado com a medalhas do Mérito Mauá, do Ministério dos Transportes (1989). Do Governo do Maranhão recebeu (1984), a comenda da Ordem do Mérito Timbira, no grau de Grande Oficial, e, em dezembro de 2013, a medalha de Comendador do 4º Centenário da Fundação da Cidade de São Luís.
Em outubro de 2009, foi o Homenageado Especial do 6º Congresso de Jornalistas e Radialistas do Maranhão, em reconhecimento à grande contribuição prestada na Comunicação para a sociedade maranhense do seu tempo. Também era Cidadão Honorário de Barra do Corda e membro da Academia Barracordense de Letras.