A ivermectina é um dos remédios que fazem parte do chamado ‘Kit Covid’, voltado ao suposto ‘tratamento precoce’ da doença, defendido pelo governo. Porém, a farmacêutica Merck, responsável pela fabricação do medicamento, informou em comunicado, que não há dados disponíveis que sustentem sua eficácia contra a Covid-19. A ivermectina é um vermífugo usado para promover a eliminação de vários parasitas do corpo.
A empresa destaca três pontos da análise: não há base científica para um potencial efeito terapêutico contra Covid-19 em estudos pré-clínicos; não há evidência significativa para atividade clínica em pacientes com a doença; e há uma preocupante ausência de dados sobre segurança da substância na maioria dos estudos.
“Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias”, diz o comunicado. Segundo a Merck, os cientistas seguem examinando cuidadosamente as descobertas de todos os estudos disponíveis.
No Brasil, a ivermectina é um dos remédios que fazem parte do chamado ‘Kit Covid’, voltado ao suposto ‘tratamento precoce’ da doença. A venda do medicamento teve um aumento de 557% entre 2019 (antes da pandemia) e 2020 (quando a pandemia começou).
Outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 também tiveram altas expressivas nas vendas em 2020, como a hidroxicloroquina e a nitazoxanida. Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo que recomendava o uso da ivermectina, além de outros medicamentos sem eficácia comprovada. O aplicativo saiu do ar um dia depois. Em julho do ano passado, a Anvisa já tinha alertado que o vermífugo não tinha comprovação científica de eficácia.