Arquivos presidenciais do primeiro governo civil brasileiro pós-ditadura militar, documentos do Senado Federal dos anos 2000 e relíquias documentais do Governo do Maranhão da década de 1960 começaram a ser disponibilizados em formato digital para acesso público no site da Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB).
Equipamento cultural vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secma), a FMRB deu início ao processo de digitalização de um extenso acervo com mais de 500 mil documentos que ajudam a contar a história desses períodos. Também entram no processo de ‘arquivamento eletrônico’ 40 mil livros e 5 mil obras de arte que integram o acervo da FMRB.
“O papel dos museus, como guardiães da memória, certamente continuará importante no futuro, mas é preciso garantir que esse conhecimento seja democratizado, e a tecnologia está aí para nos ajudar nisso”, avalia o presidente da FMRB e secretário de Estado da Educação (Seduc), Felipe Camarão.
O trabalho de digitalização do acervo ainda está em fase inicial e deverá prosseguir pelos próximos anos. “O conteúdo já está sendo disponibilizado ao público de forma lenta e gradual à medida que o trabalho evolui. É um trabalho lento que irá demorar muitos anos, mas esse processo é normal”, explica o assessor da FMRB, Madson Fernandes.
Digitalizando a memória
O trabalho de digitalização está sendo gradualmente disponibilizado no site da FMRB (www.fmrb.ma.gov.br), por meio da Plataforma Tainacan, ferramenta em código aberto que atua na gestão de acervos culturais, arquivos, bibliotecas e cinematecas.
Desenvolvido em 2014 pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o extinto Ministério da Cultura, o Projeto Tainacan atualmente auxilia na democratização dos acervos virtuais de casas como o Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro, e o Museu da Inconfidência, de Minas Gerais. O processo de digitalização do acervo é encabeçado pelo setor de Biblioteconomia da FMRB, com auxílio do Laboratório de Restauração de Papéis da instituição.
“Basicamente o trabalho consiste na retirada os documentos das pastas poliondas, onde estão armazenados, higienização de todo o conteúdo, restauração do que for necessário, para, em seguida, ser iniciada a digitalização, que pode ser feita por scanner ou fotografia”, detalha Madson Fernandes.
Os documentos da FMRB em processo de digitalização registram decisões e rotinas burocráticas dos poderes públicos, além de correspondências e recortes de jornais, material imprescindível para pesquisas e levantamentos históricos que tenham como foco o período da redemocratização brasileira.
Fundação
Sediada no Convento das Mercês, a FMRB oferece serviços museológicos por meio do Museu da Memória Republicana Brasileira, que guarda o acervo presidencial do primeiro governo civil após a ditadura militar, além de serviços educacionais e culturais para a comunidade por meio de cursos, oficinas e eventos.