A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V. O imunizante contra a Covid-19 é produzido na Rússia. A agência justificou que análise apontou falta de dados e risco de doenças por falha em fabricação da vacina.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, se manifestou nesta terça-feira (27), sobre a decisão da agência. Por meio das redes sociais, o governador afirmou que vai esperar “manifestação técnica de cientistas brasileiros e russos” sobre a vacina.
“Sobre decisão da Anvisa quanto à vacina Sputnik, irei aguardar manifestação técnica de cientistas brasileiros e russos. Posteriormente, teremos reunião com governadores da Amazônia e do Nordeste para avaliar fundamentos técnicos, a serem apresentados ao STF e à própria Anvisa”, declarou Flávio Dino.
O Maranhão é um dos 14 estados do Brasil que pediram autorização para importação emergencial de quase 30 milhões de doses da Sputnik. No dia 9 de abril deste ano, o governo do estado acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Anvisa autorizasse a importação e o uso emergencial da vacina no combate a pandemia de Covid-19.
Justificativas
A Anvisa apontou que não recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada. Entre as diversas falhas identificadas no imunizante, a mais grave é que o adenovírus, usado para carregar o material genético do coronavírus, é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
O relator do processo, Alex Machado Campos, classificou a situação atual da vacina como um “mar de incertezas” e disse que ela aponta um cenário de riscos “impressionante”. “(…) os dias de sim à vacina e aos medicamentos são comemorados. Nós comemoramos sempre. Ocorrerão, conduto, inevitavelmente, dias de não. E ele necessariamente traduzirá o que a razão de existir da Anvisa pode traduzir, que é proteger a saúde da população” – Alex Machado Campos