Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Maranhão, discutiu o uso de carroças na Região Metropolitana de São Luís. O principal foco a situação dos animais que são usados de forma inadequada como animais de tração. Cerca de 10 mil carroceiros aguardam a decisão das autoridades na incerteza se permanecem ou não explorando os serviços com tração animal em São Luís.
O momento teve participação de representantes do Ministério Público, poder Judiciário, Governo do Estado, Prefeitura e ativistas em defesa dos animais e os carroceiros.
O juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, Douglas Martins, ressalta que é necessário que uma alternativa seja encontrada para que os carroceiros não sejam prejudicados. “O ideal seria encontrar um meio termo em que nós consigamos acabar com o sofrimento dos animais, acabar com os problemas para o trânsito, acabar com os problemas ambientais, mas encontrando um modo de viver adequado para os carroceiros” ressaltou.
O promotor de Meio Ambiente, Cláudio Rabelo Correia Alencar, frisou que é de fundamental importância que seja discutida a situação dos animais utilizados como meio de transporte. “Esse é um problema sensível. Entendo, inclusive, que sendo um pacto civilizatório. Nós estamos em um momento de evolução da sociedade e que a situação de animais em situação de rua abandonados, vítimas de maus tratos, feridos, lesionados ou até mesmos explorados inadequadamente como animais de tração deve ser debatida”, frisou.
O presidente do Centro de Concentração dos Carroceiros de São Luís, Cláudio Antônio Martins Leite, teme que não possa mais usar o animal como meio de transporte, já que depende dele para sustentar a sua família. “Nós somos muitos pais de família que não tem condição de manter os filhos na escola, numa faculdade sem ser nos nossos trabalhos. Então nosso sustento é isso. Nossas carroças que dá o pão de cada dia”, justificou.
Sobre a falta de políticas públicas para os animais em situação de rua, a Prefeitura de São Luís disse que realiza a fiscalização e a remoção de animas de médio e grande porte, e apura criações irregulares e maus tratos ocorridos na capital.