O reajuste nos preços do gás de cozinha, anunciado pela Petrobrás, em todo o país, trouxe consequências na aquisição do produto por famílias de baixa renda no Maranhão. O acréscimo foi de 16,1% e ocasionou a substituição do gás pelo uso de lenha ou carvão em algumas residências.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todo o ano de 2021, o crescimento médio no valor da comercialização do botijão de gás foi de 35%. Ao longo do ano passado, a variação nos preços do produto foi modificada cerca de nove vezes, na contramão da renda média das famílias maranhenses, avaliada como a menor do país, segundo o órgão.
Para o autônomo Manoel Filho, cuja renda da família vem de programas sociais, o valor do gás de cozinha, custando cerca de R$ 115,00, leva à delicada situação das finanças. O uso da lenha passou a ser costumeiro, para garantir alimentação. “Aqui, eu não uso gás, porque aqui eu não uso gás; não dá pra usar, não. Toda despesa tem que comprar”, relatou o autônomo, que mora em Codó.
Com a expectativa de reajuste no valor do botijão a partir da segunda quinzena de março, o professor de economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Luís Eduardo Sousa, defende que a política de preços praticada atualmente seja revista. O economista também confirma que a situação de guerra na Ucrânia deve provocar instabilidade nos valores da gasolina, diesel e gás de cozinha.
“A guerra entre Rússia e Ucrânia vem apenas adicionar mais um elemento de crise a uma crise interna que já vem acontecendo, causada pela política desastrosa de combustíveis; de preços de combustíveis, empreendida pela Petrobrás e pelo Governo Federal’’, finalizou.
Reajuste
Nas distribuidoras, o preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. Para o diesel, o valor irá de R$ 3,61 a R$ 4,51, alta de 24,9%. O gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Fertilizantes (Fecombustíveis) calcula que a gasolina nos postos deve subir para média de R$ 7,02 o litro no País, contra a média atual de R$ 6,57 por litro. Já o diesel vai subir para uma média de R$ 6,48 o litro, contra a média atual de R$ 5,60 o litro.