A população brasileira começou a ser recontada, de forma detalhada, nesta segunda-feira (1º). Foi dado início à coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Até o início de novembro, mais de 183 mil recenseadores, devidamente identificados, estarão nas ruas de todos os 5.570 municípios brasileiros. A missão deles é entrevistar um morador de cada domicílio do país. Ao todo, segundo o IBGE, eles visitarão 89 milhões de endereços, sendo residenciais cerca de 75 milhões.
“Não deixaremos ninguém para trás. Mas, para isso, contamos muito com o apoio da cidadã e do cidadão brasileiros”, declarou o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto , que pediu aos habitantes do país. A solenidade de lançamento do Censo 2022 foi realizada nesta segunda-feira no Museu do Amanhã, localizado na Praça Mauá, no Centro do Rio.
De acordo com o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, os primeiros questionários foram respondidos, ainda na madrugada, no interior de São Paulo: o primeiro em Limeira e o segundo em São José dos Pinhais.
A pesquisa nacional é realizada a cada 10 anos e, com base nesse cronograma, deveria ter sido feita em 2020. O Censo foi adiado inicialmente em razão da pandemia de Covid-19. Mas em 2021 sofreu novo adiamento, por falta de orçamento. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária.
A população brasileira é estimada atualmente em cerca de 215 milhões de pessoas.
Além saber exatamente qual o tamanho da população, o Censo visa tirar uma fotografia detalhada dos brasileiros, mostrando suas principais caraterísticas socioeconômicas, incluindo idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda e saneamento básico dos domicílios.
As informações do Censo são essenciais para a definição de políticas públicas e para a realização de investimentos públicos e privados.
Até o início de novembro, os recenseadores estarão visitando cada um dos domicílios do país, incluindo aldeias indígenas. Além disso, pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas serão contabilizados.
A coleta domiciliar nas áreas indígenas começa em 10 de agosto, e a dos territórios quilombolas, em 17 de agosto.
Segundo o IBGE, os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.
Segundo o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, o Censo representa a integração entre a informação estatística e geográfica. “É só no Censo que a gente consegue fazer a articulação de três escalas de características: do entorno onde os domicílios estão localizados, dos domicílios em si e das pessoas que vivem nesses domicílios. Então, essa é a única pesquisa em que a gente consegue mostrar a diversidade de situações que existem nas cidades e ter um cenário muito mais completo e integrado do território brasileiro e sua população”, avalia.
Questionário básico levará 5 minutos para ser respondido, diz IBGE
No Censo 2022, há dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, leva em torno de 5 minutos para ser respondido, segundo o IBGE. Já o questionário ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos.
A seleção da amostra que irá responder o questionário ampliado será aleatória e feita automaticamente no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do recenseador.
O questionário básico traz os seguintes blocos de perguntas: identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade. Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.