O diretor dos Centros de Controle de Doenças da China, Gao Fu, disse que o governo de seu país está considerando misturar as vacinas ali produzidas para torná-las mais efetivas. A fala de Gao numa conferência na cidade de Chengdu incluiu uma rara admissão de que as vacinas chinesas “não têm taxas de proteção muito altas”.
“Agora está sob consideração formal se devemos usar vacinas diferentes de linhas técnicas diferentes para o processo de imunização”, acrescentou.
Especialistas dizem que a mistura de vacinas, ou imunização sequencial, pode aumentar a eficácia. Pesquisadores britânicos, por exemplo, estão estudando uma possível combinação da Pfizer-BioNTech , que usa mRNA (ou RNA mensageiro), com a vacina Oxford/AstraZeneca, de tecnologia mais tradicional.
Gao não deu detalhes sobre as eventuais mudanças na estratégia, mas citou a tecnologia de mRNA como uma possibilidade. “Todos deveriam considerar os benefícios que as vacinas de mRNA podem trazer para a humanidade”, disse Gao. “Devemos seguir com atenção e não ignorar só porque já temos vários tipos de vacinas.”
Gao anteriormente havia questionado a segurança das vacinas de mRNA. Ele foi citado pela agência oficial de notícias Xinhua como tendo dito em dezembro que não poderia descartar seus efeitos colaterais negativos porque eles estavam sendo usados pela primeira vez em pessoas saudáveis.
A pandemia de coronavírus marca a primeira vez que a indústria farmacêutica chinesa desempenha um papel na resposta a uma emergência de saúde global. Vacinas feitas por duas farmacêuticas estatais, Sinovac e Sinopharm, foram exportadas para 22 países, incluindo Brasil, México, Turquia, Indonésia, Hungria, e Turquia, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores chinês. O Brasil adquiriu a CoronaVac, da Sinovac, produzida atualmente pelo Instituto Butantan.