Em meados de março, boa parte dos estados brasileiros adotaram o distanciamento social para barrar a disseminação de covid-19. E, desde o início da quarentena, foi registrado aumento médio de cerca de 30% no tráfego de internet no País. Os dados foram divulgados pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).
Este crescimento não é uma exclusividade do Brasil. Diferentes países também têm sentido a oscilação na internet durante a quarentena. No Reino Unido, a empresa de telecomunicações BT informou que o tráfego aumentou 60%. Já na Itália, a rede móvel da Telecom Italia teve mais de 30% de crescimento.
Independentemente da localização, o motivo para a explosão do tráfego é o mesmo: o lar virou um hub de tecnologias. “O mundo corporativo, por exemplo, foi para dentro da residência e virou totalmente online. Se antes um executivo precisa viajar de um estado para outro para participar de uma reunião, hoje foi mostrado que isso pode ser resolvido virtualmente. É uma economia de custos e tempo”, diz Marcos Ferrari, presidente-executivo do SindiTelebrasil.
Outros fatores também contribuíram com esse aumento do tráfego. São eles: o ensino a distância com suas aulas virtuais – gravadas ou ao vivo – e o mundo do entretenimento, com o massivo uso de serviços de streaming e a popularização das lives.
É importante destacar que, de acordo com o SindiTelebrasil, o aumento de tráfego não gerou uma grande lentidão na rede. “Houve alguns picos de estresse em certas regiões, mas nada que seja grave em termos de estabilidade”, aponta Marcos. Isso ocorre porque as operadoras estão trabalhando para que a oscilação não seja notada.
Ação das operadoras
No início da pandemia de covid-19, o SindiTelebrasil assinou um termo de compromisso público com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Nele, as operadoras se comprometeram em seguir oferecendo os serviços de telecomunicações mesmo com grande mudança no perfil de uso.
“As equipes de rede e manutenção estão trabalhando nas ruas. Até tivemos alguns empecilhos no começo da quarentena porque algumas cidades e alguns condomínios fecharam e não deixavam nossos profissionais entrarem para fazer os reparos necessários. Mas esse período já passou”, lembra Marcos.
O SindiTelebrasil ainda aponta que cada operadora faz o monitoramento constante da sua rede e adota as ações que entende como necessárias para manter a qualidade da conectividade oferecida aos clientes.