O número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar voltou a crescer este ano após duas décadas em queda, apontam dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A última vez em que foi registrado um aumento neste segmento – que não é obrigado a votar – foi em 2002.
Segundo dados da Justiça Eleitoral, o número de jovens de menos de 18 anos aptos a votar passou de 2,2 milhões, em 2002, para 1,4 milhão em 2018, o número mais baixo da série histórica. Hoje são 2,1 milhões. Os dados de 1989 não estão disponíveis com o recorte de idade.
Para Humberto Dantas, cientista político e diretor geral do Movimento Voto Consciente, o principal fator que explica esse fenômeno é a mudança na forma como a Justiça Eleitoral se comunicou com os jovens neste ano. Segundo ele, antes o TSE optava por fazer uma comunicação mais tradicional, com destaque para campanhas na televisão. Isso, todavia, mudou neste ano, com a Justiça Eleitoral aumentando a presença em meios virtuais e aproveitando o engajamento de influencers.
“A campanha foi mais assertiva, foi mais capaz de dialogar de forma clara com determinado público, da forma como esse público gosta de se comunicar”, explica. Dantas ressalta que este não é o primeiro ano em que artistas se manifestam de modo a fomentar a consciência política da população.