O número de pessoas que solicitaram a inclusão de nome social no título de eleitor cresceu quatro vezes desde 2018, quando foi permitido pela primeira vez esse registro. A quantidade passou de 7,9 mil, em 2018, para 37,6 mil neste ano.
A divisão desse segmento, no entanto, não é homogênea ao longo do eleitorado: 58% desse público tem de 16 a 24 anos. Se acrescentarmos os eleitores com até 29 anos, o percentual chega a 71,5%.
Direito a votar com o nome social
Pessoas transgênero e travestis passaram a ter direito à inclusão do nome social no título de eleitor após uma portaria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2018.
A medida considerou a autodeclaração suficiente para a emissão do documento, não sendo preciso apresentar outro documento oficial com o nome retificado e nem comprovar a realização de cirurgia de adequação de gênero, por exemplo.
Para a presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, a gratuidade e simplicidade no procedimento contribuíram para o aumento expressivo de novos registros nesta eleição.
“Quando o processo é mais simplificado, a tendência é que as pessoas façam mais rapidamente. No título de eleitor você consegue fazer muito fácil, já a retificação do Registro Civil precisa de uma série de documentos que muitas pessoas não têm acesso. Precisam recorrer a organizações, mutirões, porque também não conseguem pagar [as taxas de cartório]”, diz.