A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio da Perícia Oficial, confirmou, nessa segunda-feira (20), que a ossada encontrada em meio a mais de 100 cães, no Cohaserma, era da senhora Camélia Rosa Lopes, que tinha 81 anos.
Camélia era muito querida no bairro onde morava, mas vivia sozinha, em meio aos cães que ela adotava da rua e cuidava dentro de casa. Ela deveria estar sendo acompanhada por um cuidador, mas, ultimamente, não tinha quem a acompanhasse em sua vida solitária.
Em agosto, os vizinhos estranharam o sumiço da idosa e, no dia 25, ossos foram encontrados na parte externa da residência de Camélia morava. Havia ainda sinais de sangue em uma rede dentro de casa. Restava a confirmação de que a ossada era da idosa o que agora foi confirmado em um lado do Instituto Médico Legal (IML).
A principal suspeita é de que a aposentada tenha tido morte natural e, como os cães ficaram sem comida, acabaram se alimentando do corpo dela.
“Informações preliminares, captadas através da vizinhança, que conhece a rotina, que conhece a dinâmica da dona Camélia, existe a suspeita de que dona Camélia poderia ter falecido em sua residência e, por conta de um instinto animal, ela teria sido devorada pelos cães. Mas, tudo isso está sendo objeto de investigação”, explicou a delegada Débora Aiara, da Delegacia do Meio Ambiente, na época.
Camélia era cuidadora de cães
Camélia era conhecida por ser uma protetora de cães, tendo devotado parte considerável de sua vida ao cuidado dos animais. Ela criava cerca de 150 cachorros.
“A dona Camélia era uma pessoa solitária, ela morava sozinha, não casou e não teve filhos. Temos notícia apenas de um irmão, com o qual ela não tinha relações familiares. A vida dela era inteiramente devotada a esses animais. Nós vamos tentar entrar em contato com essa pessoa (irmão da idosa)”, informou a delegada Débora.
Ainda de acordo com a delegada, a grande quantidade de cachorros na casa da aposentada fez com que a Delegacia do Meio Ambiente instaurasse uma investigação pois havia muita sujeira no local e reclamações dos vizinhos em relação ao barulho.
O inquérito virou processo e entrou em estado de cumprimento de sentença, que determinou a retirada dos animais de forma gradativa, pois o município de São Luís não tem um local que consiga comportar, de uma vez, uma grande quantidade de animais.
No entanto, a idosa sempre tentava impedir a retirada dos animais da residência, pois os considerava como filhos.
Animais encaminhados para adoção
Com a morte de Camélia, os cerca de 150 cães encontrados no local, 100 adultos e 50 filhotes, foram alimentados, avaliados por médicos veterinários e, retirados da residência, aos poucos.
A delegada afirmou que os animais sadios serão encaminhados para adoção e, por isso, ela pede que a população de São Luís se engaje nessa causa da adoção, para dar uma oportunidade de sobrevida a esses animais.