O laudo pericial do corpo de Marcelo Machado, de 25 anos, que foi encontrado morto em um matagal na cidade de São José de Ribamar, é inconclusivo, diz a Polícia Civil. Mesmo após se passar cinco meses desde que o corpo foi localizado, a família do jovem com esquizofrenia ainda espera respostas sobre as circunstâncias do crime.
“É tão triste a forma que meu filho foi morto, que ele foi encontrado. Um ser humano amarrado e doente, com problemas mentais”, diz Miriam Costa, mãe de Marcelo. Marcelo ficou desaparecido por um mês após ser visto pela última vez entrando em uma viatura policial, no bairro Pindoba, em Paço do Lumiar, no dia 6 de setembro.
Os principais suspeitos do crime são o sargento Luís Magno da Silva e o soldado Giovani dos Santos Silva, que já foram afastados por decisão do Comando Geral da Polícia Militar. Ambos foram indiciados porque abandonaram Marcelo, que estava sob custódia da PM e era incapaz de se defender dos riscos resultantes do abandono, o que é considerado crime militar.
O delegado responsável pelo caso afirma que o inquérito está na fase final. “O laudo já disse que não tem como chegar a essa conclusão. Todos os exames que achamos necessários foram feitos, a conclusão do inquérito está dentro do prazo, então possivelmente, ou até mesmo antes do dia 30, ele deve ser encaminhado ao Poder Judiciário”, diz o delegado Marconi Matos.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também acompanha o caso, ressalta que cobrará providências sobre as causas da morte de Marcelo Machado.
“O fato de que a perícia foi inconclusiva não permite que o inquérito seja encerrado sem a sua elucidação, então a OAB cobrará providências seja do sistema de segurança pública do estado do Maranhão como também do Ministério Público, para que a família possa saber o que realmente aconteceu com seu ente”, afirma Erick Moraes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.
Segundo o delegado, as investigações devem ser concluídas até o dia 30 de abril.