No Dia da Amazônia, celebrado nesta segunda-feira (5), dados do Projeto MapBiomas apontam um alto crescimento do território maranhense ocupado para a agropecuária e para a mineração, em detrimento da queda das áreas de floresta no estado.
Os números são referentes ao período entre 1985 – quando as medições começaram – e 2021. O MapBiomas faz parte de uma iniciativa do Observatório do Clima e desenvolvida por ONGs e empresas de tecnologia com o propósito de mapear a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território.
De acordo com o MapBiomas, o território florestal do bioma amazônico, na região maranhense, já conta com menos de 24% do que tinha em 1985. Por outro lado, as áreas para mineração e agropecuária mais do que dobraram no mesmo período. Só a mineração cresceu quase cinco vezes.
Em relação a mineração, alguns municípios mais afetados com a perda de mata nativa foram Godofredo Viana, Luís Domingues e Centro Novo do Maranhão, onde é forte a extração do ouro.
Em Centro Novo do Maranhão e Luís Domingues, boa parte da coleta do ouro é feita por meio do garimpo ilegal, o que mudou drasticamente os territórios dos municípios em pouco tempo. Com o uso de materiais químicos no processo, o dano ambiental também assusta.
Em setembro de 2021, policiais federais apreenderam máquinas e equipamentos usados na extração do ouro e cumpriram mandados de busca e apreensão e prisão preventiva por suspeitas de garimpo ilegal.
Cerca de 10 mil hectares de floresta nativa já foi perdida, enquanto a área de mineração cresceu quase sete vezes de 1985 até 2021. Só na última década, o crescimento foi de 322%.