A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou uma morte de uma criança, no Maranhão, que tem suspeita de ter sido provocada pela bactéria Streptococcus, que pode causar desde infecção urinária até endocardite (inflamação das estruturas internas do coração).
A criança teria sido contaminada em Minas Gerais, e morreu no Maranhão após uma viagem. Ainda assim, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde informou que está monitorando a situação e não registrou outros casos semelhantes no estado, apesar de que a infecção por Streptococcus não é doença de notificação compulsória.
O caso
De acordo com a SES, a criança apresentou início de sintomas no dia 3 de outubro, no município de São João Del Rei- MG e, no dia 5 de outubro, a família realizou viagem para o Maranhão, tendo a criança melhorado o quadro.
No dia 7 de outubro, a mãe procurou atendimento médico em unidade hospitalar na cidade de Porto Franco, no Maranhão. A criança foi medicada, avaliada e recebeu alta.
No dia 8 de outubro, no entanto, a criança retornou ao hospital com piora do quadro, realizou exames mas logo evoluiu a óbito. O corpo da criança foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito – SVO de Imperatriz e ainda aguarda laudo de necropsia.
Casos em Minas Gerais
Três crianças morreram em São João del Rei e outras quatro foram internadas com diagnóstico ainda não determinado. A suspeita é que possa ter acontecido uma infecção pela bactéria.
Há crianças apresentando sintomas de amigdalite, febre, vômito, manchas ou erupções na pele, que passaram, em sua maioria, por avaliação médica na rede pública ou privada, e que se encontram estáveis.
Em São João del Rei, Santa Cruz de Minas e Tiradentes, as aulas da rede municipal chegaram a ser suspensas. Nos três municípios, as instituições passaram por uma desinfecção e limpeza generalizada. Espaços públicos, como praças e parquinhos também passaram pelo processo.
Mortes em investigação
De acordo com a Prefeitura de São João del Rei, os casos em investigação foram notificados nos últimos 30 dias. O material coletado foi encaminhado para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. As vítimas são três crianças, de 3, 9 e 10 anos de idade.
Em nota técnica, publicada na terça-feira (24), a Secretaria de Saúde confirmou que uma menina, de 9 anos, teve contaminação pela bactéria Streptococcus sp. alfa-hemolítico, ficou hospitalizada por 16 dias, mas teve alta hospitalar. Outros dois óbitos de crianças foram registrados em um intervalo de 30 dias, incluindo o de Kamilla de Melo Silveira, de 10 anos.
A menina, moradora do Distrito de Morro Grande, na Zona Rural, começou a sentir os primeiros sintomas na quinta-feira, foi levada à UPA no domingo e na morreu na segunda, com infecção generalizada, na Santa Casa da cidade.
Medidas de higiene e desinfecção
Diante da situação, a Prefeitura recomendou medidas protetivas como:
- higienização das mãos;
- uso do álcool 70%;
- não compartilhar objetos pessoais (copos, garrafinhas, talheres, etc.);
- manter o esquema vacinal de acordo com o calendário nacional de imunização.
Orientou também que pais e responsáveis não devem encaminhar as crianças com sintomas para as atividades escolares e buscar atendimento médico.