O Maranhão está entre os quatro Estados do Brasil que mais desmataram entre 2019 e 2021. Os números são do Relatório Anual de Desmatamento do Brasil, o qual mostra que mais de 42 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa foram devastados no país, uma área que é quase do tamanho de todo o Estado do Rio de Janeiro. O levantamento usou dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo eles, o Brasil perdeu 4.536 hectares por dia, foram 189 hectares a cada hora.
O levantamento mostra que a vegetação amazônica foi a mais destruída nesses três anos. Quase que em sua maioria, a devastação foi causada pela agropecuária, responsável pelo desmatamento de mais de 97% de toda essa área. O que preocupa é que foram identificadas irregularidades em quase todos os casos analisados. A cada 10 locais onde houve registro de desmatamento, sete estão no Cadastro Ambiental Rural, o que significa que os responsáveis pelas áreas podem ser identificados.
Além da região amazônica, o cerrado também sofreu com o avanço do desmatamento. Números do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, mostram que a região do MATOPIBA, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, bateu recorde de desmatamento no último ano, uma área equivalente a três vezes a cidade de São Paulo. O Maranhão, nesse bioma, lidera a derrubada da vegetação nativa, com mais de dois mil quilômetros de desmatamento.
Apesar dos números alarmantes, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) disse que faz o monitoramento das áreas com suspeita de desmatamento em propriedades rurais como forma de combater o desmamento no Maranhão. O órgão disse ainda, que a Superintendência de Recursos Florestais monitora as autorizações de supressão de vegetação, para saber se as áreas que são autorizadas a fazer o uso alternativo do solo respeitam as normas legais.