Na manhã do domingo (20), Divina Miranda, de 56 anos, morreu após ser atropelada por um trem enquanto tentava atravessar a Estrada de Ferro Carajás, no município de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão, a 468 km de São Luís. Segundo relatos de testemunhas, Divina caminhava pela lateral da ferrovia quando foi atingida pelo trem. Apesar de ter sido socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda durante o atendimento.
O acidente gerou comoção entre os moradores da região, que, em protesto, atearam fogo em objetos sobre a linha férrea, o que causou a paralisação da circulação de trens por cerca de seis horas. A manifestação refletiu a insatisfação dos comunitários com a falta de segurança no local, onde atravessar a ferrovia tem sido uma prática perigosa para quem vive nas proximidades.
Em nota oficial, a Vale, concessionária responsável pela administração da ferrovia, lamentou o ocorrido. Segundo a empresa, o maquinista seguiu todos os protocolos de segurança ao acionar a buzina e o sistema de frenagem de emergência, mas o acidente não pôde ser evitado. “O socorro chegou a ser feito, mas infelizmente a senhora veio a óbito no local”, afirmou a empresa.
A concessionária também destacou que a circulação de trens foi interrompida temporariamente devido à manifestação dos moradores, mas que após três horas, o tráfego ferroviário foi normalizado. A nota ressaltou ainda que a empresa mantém um diálogo contínuo com as comunidades que vivem ao longo da ferrovia, orientando sobre a importância de atravessar os trilhos de maneira segura.
O acidente reacende o debate sobre as condições de segurança na Estrada de Ferro Carajás, uma das mais importantes vias de transporte de cargas do país, mas que também atravessa várias áreas povoadas. Moradores pedem por mais sinalização e dispositivos que possam evitar novos acidentes fatais.