O governador Flávio Dino participou de debate virtual da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado Federal, que discutiu as dificuldades enfrentadas pelos estados na pandemia. O evento, realizado na manhã desta manhã segunda-feira (10), tratou ainda do estágio da pandemia, progresso do cronograma de vacinação e compra de vacinas de maneira descentralizada por estados e municípios.
Flávio Dino iniciou sua fala destacando três pontos que considera essenciais no que refere à pandemia no Brasil. Primeiro, citou a assistência hospitalar. “Tivemos uma diminuição da demanda sobre o sistema hospitalar”, divulgou o governador. O Maranhão chegou à ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 95% e está em 67%; os leitos clínicos, que pontuaram 90%, estão atualmente em média de 46%. “Verificamos no Maranhão, queda substantiva da ocupação hospitalar e assim, pudemos voltar a realizar cirurgias que estavam suspensas”, explica Dino, citando as cirurgias ortopédicas que retornam.
Pontuou o “exaurimento dos recursos financeiros dos estados e municípios”. Antes da pandemia, a rede hospitalar custava R$ 170 milhões por mês e subiu para R$ 230 milhões. “Ampliamos leitos e aumentos as equipes para atendimento dos casos de Covid-19, o que impacta nos custos”, ressalta. Dino frisou que o momento é de menor tensão, mas não deve levar ao relaxamento das normas de combate à doença.
Em segundo lugar, prevenção e medidas não-farmacológicas. “Esta, desde o início, é a principal dificuldade, pela distensão política que foi causada no país. Destaco a necessidade de que, juntos, possamos sublinhar que, mesmo sem medidas restritivas exacerbadas, tenhamos o distanciamento social e consigamos manter uma atitude vigilante”, aponta Dino, citando atitudes do presidente da República, que põem em risco essa manutenção e incitam negativamente a população.
Em terceiro, Flávio Dino tratou da vacina e pontuou ver as dificuldades progressivas na produção de vacinas no Brasil. “Produção baixa, falta de insumos e nosso país está abaixo de praticamente todos da Europa na vacinação”, acrescentou. O governador ressaltou que é preciso debater a manutenção da diplomacia com países que produzem vacinas e insumos, que pode impactar no ritmo de vacinação no Brasil; e observar a legislação que permite estados e municípios na compra de vacinas.
O governador lembrou que, até o momento, espera-se avaliação da Anvisa sobre solicitação dos governadores, cujo processo se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF). “Este é o panorama da vacinação, que está em um ritmo muito baixo, aquém daquilo que o país precisa. Estamos num momento de melhor controle do coronavírus, mas conseguimos ainda ver o que desejamos: a erradicação da doença, que é o escopo de qualquer campanha séria na vacinação”, concluiu Flávio Dino.
Participaram do evento, Wellington Dias (Piauí), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis e presidente do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras.