“Eu agradeço pela paciência e carinho. Eu sou prova viva de que todos deste hospital têm um dom”, disse Roniston Carvalho, de 44 anos, o primeiro paciente do Hospital Dr. Genésio Rêgo a utilizar o capacete Elmo durante tratamento contra a Covid-19. Na última quinta-feira (29), ele recebeu alta médica após 25 dias de internação.
A batalha pela vida começou no dia 3 de abril quando, após consulta na UPA, Roniston foi imediatamente transferido para o Hospital Dr. Genésio Rêgo. A internação foi de 25 dias, destes, 16 foram na UTI com desconforto respiratório intenso e necessitando de oxigênio suplementar.
“Disseram que eu era um milagre. Eu agradeço, em primeiro lugar, a Deus, que capacitou cada um dos profissionais para poderem me ajudar, e que por isso são pessoas abençoadas por terem recebido esse dom. Eu também agradeço à minha esposa, pois eu sei que durante esses dias todos ela sofreu sozinha em casa, mas quando podia estar comigo, foi forte para me transmitir a calma de que precisava”, acrescentou Roniston.
Logo quando deu entrada na unidade, o paciente foi direcionado para a UTI, onde fez uso de uma máscara concentradora a 15L/min para minimizar o desconforto. Depois de dois dias de internação seguindo à risca essa rotina de tratamento, Roniston começou a apresentar melhora na ventilação pulmonar, o que tornou possível a aplicação do Elmo.
Para recorrer ao equipamento, é preciso atender a alguns critérios específicos como, por exemplo, apresentar insuficiência respiratória hipoxêmica, ou seja, quando os espaços aéreos no pulmão começam a entrar em colapso, apresentando quadro de dispneia (falta de ar ou dificuldade para respirar) e taquipneia (ciclo respiratório acelerado). Nos casos mais graves, o dispositivo não é recomendado.
A esposa de Roniston, Janaína Borges, disse que as palavras não descrevem o momento em que soube da alta clínica do marido. “Enquanto ele esteve internado, eu batalhei como pude. Orei, fiz companhia, mas eu sei que Deus também esteve com ele através dos médicos e agora está firme e forte com a vitória que ele queria”, declarou.
Capacete Elmo
O capacete funciona oferecendo uma pressão positiva contínua nas vias aéreas ao mesmo tempo em que oferta uma quantidade de oxigênio em níveis elevados. O dispositivo tem tamanhos que vão do PP ao GG e é composto de três componentes: uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes.
O Maranhão recebeu 50 unidades do equipamento, que promove uma pressão positiva contínua nas vias aéreas. Criado no estado do Ceará, o dispositivo, que é usado em casos específicos, reduz em até 60% a necessidade de internação em leitos de UTI. O equipamento é indicado para pacientes adultos com Covid-19 que apresentam insuficiência respiratória de leve a moderada