O amor está no ar, é o que dizem os românticos. Hoje é dia de trocar presentes, fazer declarações de amor ou até mesmo ficar na sofrência, pensando naquele crush que não retribui o sentimento. E falando em amor, você já parou para pensar por que somos tão românticos?
Embora pareça fazer parte da vida humana desde sempre, a ideia de amor é uma construção da Idade Média, sim, aquele período bucólico – marcado por costumes do campo, pastoril – e até temido por muitos por, erroneamente, ser chamado de Idade das Trevas.
A professora Adriana Zierer, do departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UEMA) e pesquisadora do período medieval, destaca que as ideias de amor que nós temos, na atualidade, o amor cortês, o amor platônico e o tão famoso amor romântico, são frutos do período medieval.
“A ideia do amor que nós temos ela está muito relacionada a questão do amor cortês. E dentro dessa ideia desse amor, que pode ser platônico, nós temos também um outro amor, o amor que nós também sonhamos hoje em dia, que é o amor romântico, que também surgiu no período medieval. Esse amor romântico é aquele da ideia do príncipe encantado, que nós mulheres até hoje temos, que nós vamos encontrar um homem maravilhoso, um príncipe, isso é da Idade Média. Então a ideia que vai ter um homem perfeito, maravilhoso, com todas as características vem do período medieval. E se a gente for lembrar a obra Tristão e Isolda, que é um romance produzido no século 12, na chamada Idade Média Central, a gente vai ter justamente isso. É um amor capaz de vencer todos obstáculos, e os dois se amam apaixonadamente e não podem viver um sem o outro”, explica a pesquisadora.
Em uma data tão especial como essa, em que se celebra o amor, a paixão, o bem-querer, pode ser bem complicado lidar com a rejeição. Essa ideia de amar intensamente alguém pode se tornar um perigo, tanto para quem ‘ama’ quanto para quem é ‘amado’. Isso porque, há muitos casos em que a pessoa cria uma obsessão pela outra e transforma um sentimento tão bonito em ideia de posse, que pode progredir para a violência física e psicológica.