Dois indígenas da etnia Guajajara foram mortos no último fim de semana, no Maranhão, e a Polícia Civil investiga se os casos têm relação com os conflitos envolvendo madeireiros na Terra Indígena (TI) Arariboia. Janildo Oliveira Guajajara, que já foi Guardião da Floresta, foi assassinado com tiros nas costas, em Amarante do Maranhão. Já no município de Arame, Jael Carlos Miranda Guajajara, de 34 anos, morreu após ser atropelado.
Os dois casos estão sendo inicialmente tratados como homicídios dolosos – quando há a intenção de matar – pela Polícia Civil, mas as investigações ainda estão no início e testemunhas serão ouvidas. Após a coleta das informações iniciais, o caso deverá ser repassado para a Polícia Federal, já que se trata de mortes de guajajaras nos arredores de uma terra indígena.
Segundo o Instituto Socioambiental, os guajajara são um dos maiores grupos indígenas do país e vivem em diferentes regiões do estado do Maranhão. Na TI Arariboia, indígenas da etnia participam do grupo conhecido como Guardiões da Floresta, criado pelos próprios indígenas para proteger seu território. Os guardiões atuam para identificar e vigiar as trilhas abertas por madeireiros ilegais e flagrar a ação dos criminosos.
No caso envolvendo Janildo, o delegado da Polícia Civil do Interior, César Veloso, informou ao g1 Maranhão que ele estava voltando de uma festa quando foi surpreendido. “O que sabemos é que ele voltava de uma festa indígena, na zona urbana, quando foi baleado. Ele estava com o sobrinho, menor de idade, que também foi atingido pelos disparos. Ele [o sobrinho] foi internado, mas já recebeu alta”, declarou.
Em Arame, Jael foi encontrado junto de sua moto por populares após um atropelamento. Segundo a polícia, os primeiros indícios da perícia, ainda não especificados, apontam que a morte não aconteceu em decorrência de um acidente.
Também ainda não há confirmação de que as mortes têm relação com o conflito com madeireiros que desmatam a mata dos indígenas de forma ilegal, mas essa é uma das hipóteses consideradas na investigação, já que a região vive sobre tensão há bastante tempo.