Após uma greve que durou duas semanas, com intensas negociações e quase nenhum avanço real, São Luís vive – novamente – a ameaça de uma paralisação total do transporte público. Em entrevista a uma rádio, o presidente do Sindicato dos Rodoviários confirmou que os ônibus coletivos voltarão a ficar nas garagens a partir desta quinta-feira (3).
Marcelo Brito disse que a decisão foi tomada depois do fracasso nas audiências da semana passada entre o Ministério Público do Trabalho (MPT/MA) e os empresários, que alegaram ainda estar sem condições de conceder qualquer reajuste de salário à categoria.
“Nós queremos que eles nos paguem os atrasados e que respeitem a nossa data base. Nós vamos parar na próxima quinta-feira. Espero que não tenha determinação para que eu seja preso. A categoria não aguenta mais essa situação de salários e benefícios atrasados”, disse o presidente do Sindicato, Marcelo Brito.
A decisão final sobre a greve depende de uma reunião nesta quarta-feira (2).
Estado de greve
Os rodoviários permaneciam em estado de greve, com 60% da frota em circulação. Como não houve acordo, a categoria pode retomar a greve com 100% de paralisação.
A categorai aguarda sanção da lei municipal que proíbe o acúmulo de funções no sistema, já aprovada na Câmara Municipal. Muitos motoristas passaram a exercer dupla função e, segundo eles, a gratificação é irrisória. Entre as propostas dos empresários para concessão de reajuste aos trabalhadores estava justamente a demissão de todos os cobradores. A ideia foi rechaçada pela classe rodoviária.
Empresários querem mais
Com o aumento de passagens em 20 centavos, a Prefeitura de São Luís disse que irá reduzir o repasse para os empresários de R$ 4 para R$ 1,5 milhão ao mês, o auxílio emergencial dos transportes que vinha sendo concedido desde dezembro de 2021.
Apesar do aumento no valor das passagens, os donos das empresas que gerenciam o transporte coletivo querem que a Prefeitura mantenha o repasse mensal no valor anterior.