São Luís, MA – De acordo com os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), a capital maranhense apresenta uma realidade alarmante: aproximadamente 363.221 pessoas, o que representa cerca de 35% da população total, vivem em favelas.
As áreas de favela, conforme definição do IBGE, são caracterizadas por domicílios que enfrentam diferentes graus de insegurança jurídica da posse, além da ausência ou oferta precária de serviços públicos essenciais, como iluminação, água, esgoto, drenagem e coleta de lixo. Essas regiões também se destacam pela predominância de edificações e infraestrutura construídas pela própria comunidade, muitas vezes em desacordo com os parâmetros estabelecidos pelos órgãos públicos. Além disso, muitas dessas áreas estão localizadas em zonas com restrições à ocupação, como margens de rodovias, ferrovias e áreas protegidas.
Entre as favelas mais populosas de São Luís, destacam-se o Coroadinho e a Cidade Olímpica. O Coroadinho, com 51.050 moradores e 16.741 domicílios, ocupa a 8ª posição entre as maiores favelas do Brasil. A Cidade Olímpica, por sua vez, abriga mais de 78 mil moradores e 25.664 residências, posicionando-se na 18ª colocação no ranking nacional.
Um dado preocupante é a tendência de aumento no número de domicílios no Coroadinho, que, em 12 anos, passou de 14.278 para 16.741, enquanto a população apresentou uma leve redução, caindo de 53.945 para 51.050 moradores. Em 2010, a favela ocupava a 4ª posição entre as maiores do país.
No cenário nacional, a favela da Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, continua sendo a maior do Brasil, com 72.021 moradores, seguida pela Sol Nascente, no Distrito Federal, com 70.908 habitantes, e Paraisópolis, em São Paulo, com 58 mil moradores.
Esses dados revelam a urgência de políticas públicas eficazes para enfrentar a questão da habitação e melhorar as condições de vida nas favelas, não apenas em São Luís, mas em todo o Brasil.