Invasão e uso de redes sociais para prática de crimes são as ocorrências mais comuns quando o assunto é crime cibernético. No Maranhão, o Departamento de Combate à Crimes Tecnológicos (DCCT) se ocupa das investigações e registros destes casos. O órgão integra a Superintendência Especial de Investigações Criminais (Seic), da Polícia Civil e atua na investigação, registro e combate à organizações criminosas no meio virtual.
Segundo dados do Sistema Integrado de Gestão do Maranhão (Sigma), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA), somam 1.269 crimes deste tipo, registrados no território maranhense, em 2021. Estão nestas ocorrências no ambiente virtual a falsificação de documento particular (2), interrupção ou perturbação do serviço (2), invasões aos sistemas e dispositivos (87) e fraude eletrônica/estelionato (1.178).
O titular do Departamento, delegado Odilardo Muniz, ressalta que algumas medidas podem evitar o acesso indevido às redes sociais e frustar a ação dos suspeitos. “O maior número de ocorrências de crimes cibernéticos refere-se à invasão de redes sociais. O Instagram é a mais invadida. Isso porque as pessoas acessam link suspeito que bloqueia a conta para si e, então, o autor do crime começa a utilizá-la para cometer ilícitos. Para evitar esse bloqueio, o dono da conta pode utilizar uma ferramenta do próprio aplicativo e criar uma dupla proteção”, explica o delegado Odilardo Muniz.
Essa dupla proteção é acionada na própria redes social, no caso do Instagram, indo em ‘configurações’, após, ‘segurança’ e então, ‘ativar a verificação em duas etapas’. O titular da conta sempre será avisado para liberar solicitações e os infratores não teriam mais como invadir por outros meios, usando os links suspeitos. “Precisariam estar com o aparelho da vítima em mãos“, explica o delegado.
O dispositivo está disponível em emails e outras redes sociais, a exemplo do WhatsApp e Facebook, que também são alvos de invasões. “Ele coloca uma segunda proteção, que evita acessos indevidos e bloqueios das contas”, acrescenta Odilardo Muniz. Na invasão das redes, os suspeitos costumam se passar pelo dono da conta, em geral para fazer transações financeiras, como vendas e pedidos de valores em dinheiro.
Denúncia
Os casos de crimes cibernéticos nem sempre são denunciados, a menos que haja grandes perdas de valores financeiros. Nos casos de bloqueios das contas, os donos acabam recorrendo a canais de atendimento da própria rede social.
Essas ocorrências podem ser denunciados no meio virtual, por meio da Delegacia Online no link: https://delegaciaonline.policiacivil.ma.gov.br/; na sede da DCCT, que fica no prédio da Seic, bairro de Fátima; ou em qualquer uma das delegacias – de bairros e os plantões – na capital e interior do estado. Os casos podem ser levados ao diversos postos do Procon-MA.
Orientações de prevenção
O crime cibernético é aquele executado online. Inclui desde os roubos de identidade e outras violações de segurança, até o ‘cyberstalking’, assédio, bullying e exploração sexual infantil por esse meio. Para se proteger contra esses crimes, algumas atitudes e atenção podem evitar cair em golpes ou ter a rede bloqueada.
Nesta lista, alguns dos mais importantes são o uso de serviços de proteção contra vírus e ameaças da Internet; ter senhas fortes, que não sejam repetidas em sites diferentes e que sejam alteradas com alguma regularidade; manter os softwares atualizados, pois hackers costumam usar caminhos já conhecidos; e não compartilhar informações pessoais e privadas, mantendo-as bloqueadas nas redes e sites.
“Com alguns cuidados, o cidadão evita ser vítima destes crimes. São cuidados simples que mantêm a segurança de dados e até das pessoas. E, quando ocorrer, denunciar estes crimes cibernéticos para que haja os devidos registros. Isso ajuda no combate a estes casos”, pontuou o titular da DCCT, Odilardo Muniz.