O futuro do Telegram está em risco, por questões como ausência de criptografia e circulação de conteúdo protegido por direitos autorais. O principal motivo passa pela segurança e direitos autorais, no caso dos grupos. Isso porque os chats do Telegram não possuem a famosa criptografia de ponta a ponta, como WhatsApp e Signal. A ausência detsa ferramente coloca o aplicativo um degrau abaixo no quesito privacidade.
A criptografia de ponta a ponta permite que a conversa seja visível apenas para as pessoas incluídas nas mensagens, o que impede a interceptação e o monitoramento do conteúdo. Com a tecnologia, a empresa provedora do app não pode quebrar esse código para visualizar as informações.
É o que falta no Telegram — o recurso está disponível apenas no ‘chat secreto’, uma ferramenta do app que precisa ser acessada ativamente.
Uma decisão judicial em Israel, na última quinta-feira, acusou o Telegram de não impedir a pirataria no app, permitindo a livre circulação de músicas, vídeos e fotos. A justiça israelense proibiu a plataforma de oferecer meios para que esses conteúdos possam circular, o que pode envolver o bloqueio de grupos e canais no app.
Apesar da decisão valer juridicamente apenas em Israel, um precedente pode ter chegado ao Brasil. Os grupos no Telegram que se dedicam ao Big Brother Brasil 21 tiveram parte de seus conteúdos removidos por violação de direitos autorais da Rede Globo.
Administradores desses canais informaram que mais de 60 publicações saíram do ar somente na sexta-feira, 12, e que o bloqueio tem acontecido desde o dia 26 de janeiro. A questão da pirataria acaba virando um entrave até para o investimento de grandes marcas. Inagaki acredita que, se no futuro o app acertar acordos de direitos autorais com produtores, o Telegram pode se tornar uma alternativa viável para criadores de conteúdo publicarem o seu trabalho.
Por enquanto, o app ainda oferece prós e contras e se posiciona em um momento de transição no Brasil entre usuários e potenciais influenciadores. O uso restrito ainda deixa dúvidas se o app pode um dia alcançar o objetivo de competir com o WhatsApp no país.
Direitos autorais
Outra barreira para o Telegram é a veiculação de mídias audiovisuais, que podem esbarrar futuramente em questões de direitos autorais. Para manter o número alto de downloads, a empresa terá de entender qual a relação de seus usuários com esse tipo de conteúdo externo.
“Ainda se acha muito conteúdo em vídeo na íntegra. A partir do momento que os grandes players de mídia perceberem o que está sendo feito, o grande desafio do Telegram, se quiser investir nessa seara de se transformar em um substituto do Facebook ou do próprio YouTube, vai ser fazer acordos de direitos autorais com esses players de mídia”, explica o consultor em redes sociais, Alexandre Inagaki.