Nos últimos 12 meses, a temperatura média global excedeu em 1,61ºC os níveis da era pré-industrial, ultrapassando a marca crucial de 1,5ºC estabelecida como meta mais ambiciosa pelo Acordo de Paris para o fim deste século.
No entanto, para confirmar o descumprimento desse objetivo, seria necessário manter essa tendência por pelo menos 20 anos consecutivos.
Se essa trajetória persistir, enfrentaremos nas próximas décadas um aumento contínuo do nível do mar, ameaçando áreas costeiras, além de experimentar ondas de calor mais frequentes e um aumento no número de fenômenos extremos, incluindo furacões, secas e inundações, como as que recentemente assolaram o Rio Grande do Sul.
Além disso, constata-se que a temperatura média de abril deste ano foi 1,58ºC mais alta do que a média registrada entre 1850 e 1900, período conhecido como era pré-industrial e utilizado como referência para estabelecer metas de combate ao aquecimento global.
Segundo o relatório publicado pelo C3S, abril marcou o 11º mês consecutivo de recordes mensais de calor, fortalecendo as projeções de que 2024 poderá superar 2023 como o ano mais quente da história.
De acordo com esse organismo, a temperatura média registrada em abril foi de 15,03ºC, excedendo em 0,14ºC o recorde anterior de 2016, e em 0,67ºC a média do período entre 1991 e 2020.